
Na minha infância, o máximo que tive de animal de estimação, foram dois pintos e um besouro.
Do primeiro pintinho nem lembro, pois eu era muito pequena.
O que sei, são o que me contam : que o nome do dito cujo era "Tatuzinho" e que era meio ensinado.
Sentava-se na mesa, batia-se na perna e o bicho subia.
O segundo, foi uma daquelas trocas maravilhosas que os supermercados faziam : "compre uma dúzia de ovos e ganhe um pinto" ! (negócio da China... rsrrs)
E lá estava eu novamente, com meu amiguinho.
Mas o diabo do pinto era chato pra cacete !
Pra dormir, forrávamos o tanque com jornal e com panos, colocávamos uma lâmpada para aquecê-lo e só assim ele calava o bico.
Bico esse, que às cinco da manhã já começava a cantoria de novo, pra desespero da minha mãe.
Ele só parava quando ela o colocava na cama, do lado dela, debaixo das cobertas.
(Em qualquer lugar funciona assim : a criança enche o saco por um bichinho de estimação, mas no fim das contas, acaba sobrando pra pobre da mãe.)
Só que o bicho foi crescendo e acabamos dando-o pra uma vizinha que morava em casa com quintal e tinha criação.
Um belo dia, chego na janela e vejo todos estirados, mortos.
Fiquei péssima, acho que chorei pra caramba, mas depois passou.
Já o besouro, não lembro direito como foi.
Só sei que o "criava" numa caixinha de papel, exclusivamente confeccionada por mim mesma.
Todo dia quando voltava do colégio, trazia matinhos pra ele comer.
E o danado comia !!!
Não lembro também do fim dele.
Já meu primeiro cachorro, ganhei burra velha.
Era meu, mas ficava na casa da minha mãe.
Ela mesmo comprou e não me disse nada.
Um belo dia, chego eu lá e dou de cara com aquela coisica debaixo do tanque !
Minha mãe do céu , como chorei !!!!
Quase matei a bicha !!!! Coloquei-a no colo e apertei o máximo que pude !
Depois que a crise de choro passou, tratei de escolher o nome.
Na época, eu amava a música Milla do Netinho. Pronto, estava definido o nome.
Ela era uma beagle amarela com branco, muito fofa.
Só que a paciência da minha mãe sempre foi curta e a bicha era meio voluntariosa, digamos assim.
Ficou por lá um tempo e do mesmo jeito que chegou, se foi.
Chego eu lá em mamy um dia e cadê a cachorra ???
Eu : - "Mãe, cadê a cachorra" ?
Mãe : - "Dei. Ela estava muito chata e dando trabalho".
Eu : - "Mas você nem me avisou !"
Mãe : - "Pra quê ? Você ia levá-la pra sua casa ?"
Minha mãe sempre foi muito prática (umas das heranças deixadas pra mim) e descartou a pobrezinha.
Fiquei muito puta na época, mas depois esqueci.
Um bom tempo depois, vem minha prima com um papo que uma amiga queria dar filhotes de poodle, que os pais eram bem pequenos.
Resultado : conseguiu me convencer.
Ela mesmo se encarregou de levá-la lá pra minha casa.
Um dia, chego do trabalho e está aquela coisinha fofa lá.
Dessa vez, não chorei como foi com a Milla, mas curti bastante.
O nome foi logo definido : como minha prima tem uma que se chama Barbie, a minha seria Susie. (por causa das bonecas.)
Eis que chegou a noite : fiquei apavorada, achando que ela iria estranhar, chorar. Que nada !!!
Fiz uma caminha no chão, ao lado da minha e ela dormiu bem mesmo !!
Daí em diante, foi só festa !!! Roupinhas, brinquedos, caminha.
Só que o tempo foi passando e a bicha crescendo... Muito....
Eu a deixava na cozinha/área , só que depois de um tempo, ela aprendeu a pular.
Cansei de chegar do trabalho e ter que juntar terra que a danada espalhava dos vasos.
Isso sem falar do jornal, que ela picava do tamanho de confetis.
Fora o ter que passar pano com desinfetante todos os dias.
Quanto mais o tempo passava, mais a bicha crescia.
Estava mais pra cocker que pra poodle.
Era completamente doida !!! Aí juntava comigo, já viu...
E era uma parceiraça !!! Na época, eu amaaaava funk, ouvia sempre, com muita skol do lado.
E não é que a cachorra começou a beber também ? De ficar mole e dormir. rsrsrs
E quando tocava um funk, enquanto eu não a pegasse no colo e dançasse com ela , não sossegava.
Mas com tudo isso, ficou insustentável ela aqui.
Foi desovada lá na minha mãe.
Mamy até gostou (no começo), ela era boazinha, se davam bem.
Mas o lance da cerveja continuava.
Minha mãe tem verdadeiro horror a bebida e fica puta da vida d'eu fazer isso com a cachorra.
Ela ficou lá um bom tempo, mas minha mãe parece que tem medo de amar.
Quando ela começou a ficar meio que dependente da cachorra, deu-a.
E nunca mais soube dela. Até hoje ela fala nisso, com uma certa culpa e arrependimento.
Pra mim, valeu a experiência. Mas acho que outro, nunca mais.
Te prende, dá trabalho, despesa.
Prefiro curtir os cachorros dos amigos.
Assim como os filhos.