CONSERVATÓRIA

Finalmente conheci a famosa cidadezinha.
Mas a minha história começa, antes da minha amiga passar pra me pegar de carro.
Combinamos 14h, na esquina da minha rua.
Fui uns dez minutinhos mais cedo, pra garantir de não deixá-la esperando.
Eis que surge um carro prata, pisca os faróis pra mim, diminui a velocidade e para na minha direção.
Desço a calçada com a mala, meto a mão na maçaneta e disparo : "pqp, Rosângela ! Pra que esse insulfilme todo, parece até carro de bandido !!!"
Só após falar tudo isso, quase jogando a mala no banco, foi que olhei pro motorista.
Não era a minha amiga, mas um baita negão.
Gelei...
O que fazer, o que dizer ???
O máximo que consegui, foi : "ai, desculpa moço. Pensei que fosse minha amiga..."
E bati a porta do carro e voltei pra calçada, pensando : putz... o cara tá esperando alguém do Bradesco. Que mico !!!
Mas que nada. Após eu bater a porta do carro, ele simplesmente foi embora !!!
Meu pai...
A viagem foi tranquila, muito verde e frio.
A cidade, bem pequenininha, mas uma graça.
Um ambiente acolhedor, uma paz e aconchego na medida.
A pousada bem legalzinha, totalmente no centro de onde tudo acontece.
A rua principal, tipo a rua do Rio do Nova América, tem música praticamente o dia todo.
A todo momento, surgem violeiros que logo são seguidos pela multidão.
Musiquinhas que me fizeram lembrar meu pai.
Lojinhas, museus, bares ótimos, garçons simpáticos (uma raridade, quando se trata da minha pessoa) e todos muito envolvidos no clima do lugar.
Emoção a flor da pele.
Na cantoria de domingo de manhã, que se não me engano chama-se soleada, todos reunidos na praça, ainda que debaixo de chuva, pra ouvir as canções e os "causos" dos artistas do lugar.
Achei mais animada que as da noite, pelo fato deles mesclarem música com fatos, alguns pitorescos, outros comédia.
Foi pura emoção, quando um violeiro cantou ao lado da mãe, já velhinha e seus olhos marejaram, ele confessou ter se lembrado do pai, mas foi firme e cantou até o final.
Não preciso dizer, que nessa hora minhas lágrimas estavam misturando-se a chuva.
Gostei muito e quero voltar.
Mas dessa vez, com quem tenha alma de artista e goste de uma biritinha... rsrsrs
Até lá !!!